Posts tagged ‘media digitais’

Maio 23, 2011

O papel dos media digitais na construção da identidade social dos jovens, trabalho apresentado pelo Grupo Azul

“O papel dos media digitais na construção da identidade social dos jovens“, como base o artigo de Sandra Weber e Claudia Mitchel “Imaging, Keyboarding, and Posting Identities: Young People and New Media Technologies“.

Maio 10, 2011

3.º Tema – Media digitais e construção da identidade social


A atividade a desenvolver, dentro do 3.º tema, é a elaboração de um texto em grupo de 5 a 8 páginas sobre “O papel dos media digitais na construção da Identidade social dos jovens.” Esta atividade tem como objetivo “reconhecer a influência dos media digitais na construção da identidade social dos jovens” e para isso deveremos “analisar e discutir o papel dos media digitais na construção da identidade social dos jovens.”

Cada grupo deverá apresentar até 22 de Maio os trabalhos no fórum da Universidade Aberta.

Etiquetas:
Maio 4, 2011

Recursos de aprendizagem #4

Introducing Identity

David Buckingham


Ideias-chave presentes no texto:

1. Paradoxo
O paradoxo da identidade é inerente à própria palavra. Idem, raiz latina da palavra – significa “o mesmo”, no entanto, identidade implica semelhança, mas também diferença.

2. As humanidades e a questão da identidade
Dentro das ciências humanas, várias disciplinas estudam a identidade. A distinção mais óbvia é entre as abordagens psicológicas e sociológicas, mas outras disciplinas tentaram definir a identidade.

3. A visão da Psicologia da adolescência:  adolescência como um estado de transição, centrada no tornar-se em vez do ser-se

3.1.No início do séc. XX, G. Stanley Hall definiu a adolescência como um período de “tempestade e stress”, caracterizada por conflitos entre gerações, alterações de humor e tendências para comportamento arriscados.

3.2. Para Erik Erikson a adolescência é um período crítico na formação da identidade. Durante a crise psicossocial (identidade versus confusão), as questões-chave sobre os valores e ideais, a sua futura ocupação ou carreira, e sua identidade sexual são resolvidas e a sua identidade persiste ao longo do tempo.

3.3. James Marcia, seguindo a ideia de “crise de identidade de Erikson identifica quatro estados: difusão, execução, moratória e construção de identidade

4. Cultura Juvenil e Sociologia da Juventude, novamente a preocupação pelos processos de preparação para a vida adulta

4.1. Abordagem funcionalista tradicional: o jovem é um recetor passivo das influências do adulto, um “devir”, em vez de um “ser” em seu próprio direito.

4.2. Muitos sociólogos preocupam-se com as questões desvio comportamental e delinquência. Compreendem estes fenómenos só de um ponto de vista social, equacionando só fatores sociais, como a pobreza e a desigualdade, ignorando os conflitos internos vividos nesta fase.

4.3. Os sociólogos reconhecem que as características da juventude dependem do contexto social, como classe social, sexo, e etnia.

4.4. Historiadores sociais argumentam que a “juventude” é uma invenção relativamente moderna,  resultou da extensão do período de transição que vai de ao final da escolaridade obrigatória para a entrada em trabalho assalariado.

4.5. A juventude é cada vez mais definida pelas ações de marketing. A categoria do “adolescente”, por exemplo, foi criada em 1950 através de pesquisa de mercado. No discurso de marketing contemporâneo, trouxe as palavras “tweens”, “jovens do meio”, “kidults” e “adultescents” A”juventude” é essencialmente uma construção histórica e social, em vez de um estado universal do ser.

4.6. Dentro dos Estudos Culturais, investigações mais radicais contestaram a visão da expressão juvenil como uma simples função de tentativas de socialização para a idade adulta.Subculturas juvenis: hippies, os skinheads, punks, góticos, ravers, e outros grupos. ubculturas, nesta perspectiva, surgem de contradições e tensões na ordem social dominante ordem e representam uma ameaça às normas sociais estabelecidas.

4.7. Algumas pesquisas recentes têm sugerido que as culturas juvenis contemporâneas estão cada vez mais diversificadas e fragmentadas, são melhor interpretadas não como auto-contendo “subculturas”, mas de uma maneira mais fluída, como “cenas” ou “estilos” aos quais os jovens podem estar ligados temporariamente. Tem havido relativamente poucas pesquisas sobre as culturas mais banais, até mesmo conformistas.

4.8. Implicações e estudos desta visão com os Média Digitais

– Reconhecer como as forças comerciais, tanto criam oportunidades como fixam os  limites da cultura juvenil
– Compreender que o acesso aos meios de comunicação – e as maneiras pelas quais eles são usados – dependente da classe social, género e etnia.
– Perceber os meios como um conjunto de recursos simbólicos para a construção ou expressão das suas próprias identidades

5. Identidade Social: o indivíduo e o grupo

5.1. Tentam responder às perguntas:

  • Como se categorizam ou etiquetam si e aos outros, como  se identificam como membros de grupos específicos?
  • Como é que é desenvolvido e mantido o sentimento de pertença a um grupo ou “comunidade”?
  • Como é que os grupos discriminam pessoas de fora?
  • Como é que os grupos se relacionam entre si?
  • Como é que as organizações definem as identidades?

5.2. Richard Jenkins afirma que a identidade social não deve ser vista como uma posse fixa, mas como um processo social, em que o individual e o social estão intrinsecamente relacionados. A personalidade individual é um fenómeno social, mas o mundo social é constituído pelas ações dos indivíduos. (Identidade e Identificação)

5.3. Erving Goffman (1950) vê a interação social como uma espécie de representação teatral, o que ele chama de “dramaturgia” Goffman distingue os comportamentos em “front-stage” e “back-stage”. Em placo, as ações são menos sinceras e padronizadas e no “back-stage” há mais honestidade nas ações. Goffman parece fazer uma distinção problemática entre identidade pessoal e identidade social, como se identificações colectivas ou desempenhos foram de alguma forma separada dos entes individuais, que são necessariamente mais “verdadeiros”.

6. Políticas de identidade
Reconhecimento dos direitos dos grupos minoritários: “As this implies, identity politics is very much about transformation at the level of the group, rather than merely the individual: it is about identification and solidarity. (p. 8.)

7. Identidade na teoria social e as mudanças como a identidade é construída e experimentada no mundo contemporâneo.

7.1 Anthony Giddens argumenta que muitas das crenças e práticas que definiam as identidades nas sociedades tradicionais (como os da religião organizada) são cada vez menos influentes.  Giddens vê a identidade como fluida e maleável.

7.2 Foucault argumenta que o que somos ou que nos percebemos ser está longe de ser uma questão de escolha individual, ao contrário, é o produto de forma poderosa e subtil de “governamentalidade”, que são característicos das modernas democracias liberais.

7.3 Nikolas Rose estende o argumento de Foucault: “While appearing to act in the name of individual freedom, autonomy, and choice, such technologies ultimately give the power to experts to determine the ways in which identity can be defined.” (p. 9)

8. Os lugares da aprendizagem

8.1. Aprendizagem informal
(…) young people’s everyday uses of computer games or the Internet involve a whole range of informal learning processes, in which there is often a highly democratic relationship between “teachers” and “learners.” Young people learn to use these media largely through trial and error. Exploration, experimentation, play, and collaboration with others—both in face-to-face and virtual forms—are essential elements of the process. (p. 17)

8.2. Learning by doing
Muitas das experiências de aprendizagem acontecem sem uma intenção educativa, sem o envolvimento do professor, em contextos informais.

8.3. Digital literacy ou Media Literacy
A questão mais do que how young people learn with technology, deveria ser  what they need to know about it., O conceito de Literacia Digital deveria ser ampliado para Media Literacy

A tecnologia por si só não muda nada, temos de pensar como as tecnologias sociais estão presentes na vida dos adolescentes e selecionar abordagens pedagógicas adequadas para potenciar esta realidade.


Buckingham, David. “Introducing Identity.” Youth, Identity, and Digital Media . Edited by David Buckingham. The John D. and Catherine T. MacArthur Foundation Series on Digital Media and Learning. Cambridge, MA: The MIT Press, 2008. 1–24.