Julho 17, 2011

Reflexão e balanço final

Terminada esta unidade curricular, torna-se necessário refletir o meu percurso ao longo destes meses, as aprendizagens e as competências que desenvolvi.

I) Temas e atividades
O primeiro tema, Nativos Digitais versus Imigrantes Digitais, ajudou-me a conceber e estruturar conhecimentos sobre os chamados nativos digitais (Marc Prensky, 2011). Como tive oportunidade de afirmar várias vezes, não me revejo com este conceito de Marc Presky porque creio que uma dicotomia baseada na data de nascimento não é, do meu ponto de vista, a mais adequada. Neste sentido, sinto-me mais confortável com a proposta de David White (2008), residentes e visitantes digitais. Conceito que gostei de estudar e aprofundar.

Tive a oportunidade de avaliar a atividade de grupo (ver post O trabalho em grupo) que acabou por ser de extrema importância para o resto do semestre. Foi a primeira atividade de grupo com carácter de avaliação e, por isso, estabeleceram-se algumas dinâmicas essenciais para esta e para as restantes unidades curriculares. Esta primeira participação no fórum foi essencial para o debate de ideias, procura de referências bibliográficas, partilha e discussão de perspetivas em grande grupo. Tentei, nas minhas participações, procurar referências bibliográficas adicionais, fundamentando as minhas opiniões e conhecimentos. Foi uma decisão pessoal, menos participações, mas mais fundamentadas.

O segundo tema, Construção da Identidade na Adolescência, tinha dois recursos de aprendizagem, mas devo admitir que gostei bastante do texto de David Buckingham (ver post Introducing Identity). É um texto bastante completo e um excelente ponto de partida para aprofundar os vários temas com as diferentes lentes que nos oferece.

O terceiro tema,  Media digitais e construção da identidade social, é contínuo ao tema anterior e essencial para a compreensão da construção da identidade na adolescência. O trabalho de grupo baseou-se no texto de Sandra Weber e Claudia Mitchel “Imaging, Keyboarding, and Posting Identities: Young People and New Media Technologies“. Considero um texto muito interessante, com conceitos muito pertinentes, principalmente o de identidades-em-ação. Podem ler a  avaliação do trabalho num post anterior.

O quarto tema, Análise da Identidade em sites sociais, permitiu-me aplicar os conceitos trabalhados e operacionalizar as aprendizagens. Apesar de considerar interessante a ideia de entrevista, creio que fiz mais um questionário. Aquando da análise senti que me faltavam muitos dados e que precisava de mais informação para poder analisar de forma precisa os inquéritos.

II) Acompanhamento e feedback
Durante a unidade curricular, recebi sempre feedback sobre as minhas participações. Enquanto estudante, valorizo muito este aspeto e parece-me uma boa forma de esbater a distância que um ensino online e assíncrono comporta.

III) Contrato de aprendizagem
O contrato de aprendizagem foi um documento que me orientou ao longo destes meses. Excetuando a atividade do tema 3 (que numa primeira leitura levou-me à conclusão que teríamos de ler os 6 textos) é um documento explícito e bem estruturado que cumpre a sua função: orientar o estudante virtual no seu percurso.

IV) Sugestão
Creio que poderia existir atividades complementares entre o fórum e o portefólio. Esta é uma unidade curricular com muitas atividades e considero que o portefólio poderia ter muito mais relevância, acompanhar as aprendizagens e proporcionar o diálogo entre a turma. A minha sugestão é a redução, ou articulação com o blogue, das atividades para aprofundamento e reflexão dos temas tratados.

V) A minha aprendizagem pessoal
Nem sempre foi possível conciliar da melhor forma as atividades do fórum, com a atualização do blogue, com os compromissos profissionais e com as outras unidades curriculares. No entanto, creio que as aprendizagens que esta unidade curricular me proporcionaram são estruturantes para o meu quadro teórico de referência.


O meu agradecimento aos colegas e professoras por enriquecerem o meu ambiente de aprendizagem.  

Julho 15, 2011

Uma infografia: Como é que a Internet está a revolucionar a educação?

Julho 10, 2011

1º Congresso Nacional LITERACIA, MEDIA E CIDADANIA, Actas do 1º Congresso Nacional

No passado mês de Março, realizou-se na Universidade do Minho o 1.º Congresso Nacional LITERACIA, MEDIA E CIDADANIA. As datas já estão disponíveis e a maioria dos temas tratados coincidem com os temas analisados nesta Unidade Curricular.

Creio que é um documento de bastante interesse para todos nós. Além das sessões plenárias, as atas organizam-se nos seguintes temas: Literacia da informação e dos media; Media, tecnologias e cidadania; Os novos ambientes digitais: agir para incluir; Da estante para o ecrã: as bibliotecas no contexto digital; Perspectivas críticas sobre televisão e publicidade; O cinema e a imagem como ferramentas pedagógicas; Literacia mediática e cidadania; Redes sociais e literacia digital; O legado da imprensa na construção de uma identidade crítica; Recursos para promover a literacia dos media; Crianças, jovens e media; A participação em diferentes esferas sociais.

Um documento que certamente ampliará os meus conhecimentos!

Etiquetas: , ,
Junho 27, 2011

Atividade 4 – Discussão conjunta e das análises realizadas, II

Análise dos tópicos propostos pela professora Daniela Malaré

Localização dos jovens
Tendo como ponto de partida os inquéritos que realizámos em diferentes países (Portugal, Espanha, Suíça, Brasil, Áustria, Angola), verificámos que os hábitos comportamentais são muito semelhantes. Mais do que a localização, a falta de acesso é o aspeto que pode restringir/limitar o uso das tecnologias. Uma vez tendo esse acesso, as diferenças culturais não assumem uma grande importância na utilização das tecnologias. Estamos perante a primeira geração planetária e global. Não há espaços, não há fronteiras e o inglês permite ultrapassar a possível restrição linguística.

Vida e segurança online
A vida online é uma realidade. Essa rotina online passa, essencialmente, pelo uso do google, e-mail, youtube, redes sociais (principalmente facebook), jogos online, fóruns e comunidades. Esta vida online traz novas preocupações como o cyberbullying e o assédio online a crianças e jovens. Estes aspetos são, na minha opinião muito complexos e não apresentam uma única solução. Uma parte da solução, na minha perspetiva, passa por programas de sensibilização e formação globais que integrem alunos, encarregados de educação, professores e população em geral.

Redes sociais
A importância das redes sociais é inquestionável e está relacionada com o ponto anterior. Os jovens utilizam estas redes para comunicar com pessoas que conhecem, mas também para conhecer pessoas, para socializar, para testar a sua identidade. Apesar de alguns jovens mostrarem preocupação com os seus dados pessoais, na prática pouco fazem para não se exporem a riscos desnecessários. Por isso, nota-se que há uma falta de informação e de formação, sabem os riscos mas não conhecem, nem utilizam as definições de privacidade e segurança ao seu dispor. Proibir o facebook e o Messenger nas escolas só agrava o problema. Integrar as redes sociais nas escolas, na minha opinião, é uma excelente forma de acompanhar e apoiar os jovens na construção dos seus comportamentos e identidade online.

Literacia digital, uma aprendizagem formal ou informal?
Será que literacia digital é só saber trabalhar com a tecnologia e saber qual é a boa e a má informação? Em 2009, Josie Fraser, no Open Classroom Conference no Porto, fez uma apresentação intitulada Digital Literacy: Innovation, Inclusion and Opportunity” em que afirmava “digital literacy = digital tool knowlegde + critical thinking + social engagement”. A autora reafirmava que é muito importante dotar os alunos de competências tecnológicas, mas não ficar por aí. Fazer com que participem de forma ativa, que desempenhem um papel na sociedade é essencial para a vivência plena da cidadania. Tenho a convicção de que a maioria dos jovens, como afirmou Prensky (2001), apropria-se das suas competências experimentando. Aumentar a riqueza dessas experiências pelo desenvolvimento do pensamento crítico e do comprometimento social é fundamental e para a construção da identidade e para uma vivência online segura e frutífera.

Publicado domingo, 26 Junho 2011, 18:11, no fórum da Universidade Aberta.


Recursos adicionais

Josie Fraser’s Presentations on slideshare
Costa, C., & Torres, R. (2011). To be or not to be, the importance of Digital Identity in the networked society. Educação, Formação & Tecnologias, n.º extra, Abril de 2011, 47-53. http://eft.educom.pt. [acedido em 25-06-2011]

Junho 21, 2011

Atividade 4 – Discussão conjunta e das análises realizadas, I

Comparação da análise das entrevistas

*

Decidi comparar o meu trabalho com o da Vanessa Noronha Tölle, que entrevistou dois jovens que residem em países diferentes, Áustria e Brasil, e têm menos 6 a 8 anos do que jovens que eu entrevistei. Pareceu-me que seria interessante comparar as três realidades.

Comparando as duas entrevistas, ressalvo os seguintes aspetos:

1. Controlo parental
Os jovens que entrevistei afirmaram que não tinham nenhum tipo de controlo parental. Quando analisei as minhas entrevistas, atribui como possível hipótese desta o facto de serem maiores de idade. Na verdade, os jovens entrevistados pela Vanessa (e a maioria dos entrevistados pelos colegas) também não têm qualquer acompanhamento dos pais. Creio que este dado reflete a falta de conhecimento por parte dos pais. Projetos como o SeguraNet e o Miúdos Seguros na Net são, na minha opinião, essenciais tanto para professores como para encarregados de educação. Estes sites disponibilizam informação para melhor acompanhar os jovens e as vivências online.

2. Telemóvel
A Vanessa afirmou na secção de telemóveis: “Basicamente utilizam o telemóvel como extensão do corpo como citado no texto de Prensky.” De facto, tanto os meus entrevistados como a adolescente entrevistada pela Vanessa prescindiam mais facilmente do computador do que do telemóvel. Este dispositivo começa a ganhar a preferência dos jovens.

3. Dados pessoais
Os entrevistados mostram preocupação pela disponibilização dos dados pessoais e conhecem o termo cyberbullying. Projetos de sensibilização como o projeto Dadus da Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) são, cada vez mais, fundamentais porque apresentam respostas às necessidades dos jovens.

4. Redes sociais e perfis pessoais
As redes sociais fazem parte do dia-a-dia dos quatro jovens. O facebook é a rede utilizada pelos quatro, ultrapassando as barreiras da língua e nacionalidades. Aproveito a oportunidade para partilhar um documento: Facebook for educators.

5. Confiança na informação
Um aspeto que me surpreendeu foi a resposta sobre a informação disponível na rede, os entrevistados mais velhos (entrevistados por mim) sentem mais confiança nos conteúdos disponíveis na rede do que os mais novos (entrevistados pela Vanessa), talvez porque carecem de instrumentos que facilitem o reconhecimento de informação de qualidade.

6. Competências TIC
Os jovens que eu entrevistei adquiriram as suas competências na escola, os jovens que a Vanessa entrevistou afirmam ter adquirido as suas competências ao utilizá-las, ou seja em contextos informais. Significará este aspeto uma alteração de hábitos geracionais?

Publicado segunda-feira, 20 Junho 2011, 23:25, no fórum da Universidade Aberta.

Update: Facebook para Educadores em português 😉